sexta-feira, 15 de outubro de 2010

chance número 15

Acorda num dia nem tão bonito, mais uma coisa a mudar.O tal pacote completo comprado não continha um sorriso, o sol o faz cego, resta-lhe apenas um canto direito da visão, tateia a superfície superior do criado-mudo lisa e fria em busca de algo, após derrubar alguns papéis acha o vidro de suas pílulas diárias.A vermelha diz amor, essa toma em um gole sem dó, a laranja continue, custa a descer. O vidro do branco desiste permanece lacrado.
Pensa no desiste, desiste de pensar e sai. Subitamente a guerra de pensamentos se alastra pelas paredes. Tem hoje um encontro com o escritor destino as dez horas em frente a floricultura chance. Para pra tomar um café e isso o recompoe.
Na rua, sorrisos dispostos e febris, há sempre a mesma coisa na cidade, aquela felicidade barata e vaga. Anúncios de carpinteiro, eletricista, doador de coração,pera aí, doador de coração?coração não é roubado?ô mundo virado.
Encontra por fim o escritor e começam a discussão, tomam seus lugares, tons de voz controlados, armas a mão, feições postas.
Um luta pelo sim e outro pelo não, sempre muito educados e cordiais, por fim as conclusões não são radicais nem revolucionárias mas ainda assim a verdade é uma constante.Pra alguém sorrir outro tem que chorar,pra existir o lado bom o contraste traz o ruim.
O café estava ótimo, velho amigo,fico lhe devendo, o próximo é por minha conta.Como o amor, uma constante, como a esperança, quase extinta mas não desistente, como uma promessa isso permanece, eu vou lhe trazer todo meu amor essa noite.E busco mais do que tudo algo pra me escravizar,um sorriso por fim será meu pagamento.

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