quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre a rua do mundo

Todas as garotas da minha rua, parecem estar deprimidas e sem muito à dizer nessa pequena e iluminada cidade.
E porque?Não é aqui, que as pessoas falam tanto no amor?A cidade que exala sonhos?SIM, mas tudo tem preço hoje em dia.
Uma cidade que nunca lhe dá nada, mas exige muito de você, e quer sempre mais e mais sem se preocupar se vai doer ou se vai fazer falta.
Não há lembranças, nem memórias aqui.Não existem sonhos, ao menos não fora dos outdoors, iluminados pelas nossas próprias luzes.
Há luxúria no ar, e o ar cheira a dinheiro.Nas ruas, filas e filas de pés para lhe fazer tropeçar, tudo pra te ver com a cara no chão.
O mundo vive de aparências, quando ao invés disso, deveriam é fazer dieta de matar sonhos, de machucar pessoas, de quebrar tudo que vêem pela frente.
Os senhores intocáveis, jogam jogos que não temos fichas para participar.Os cães raivosos pedem por carne e nos alimentamos com quem fica pra trás.
Você acorda e percebe que o mundo não é exatamente um filme de romance.Você podia estar com quem ama, mas não agarrou a chance quando deveria, talvez na próxima vez, agarre, talvez na próxima vida.As novelas só retratam o que se passa dentro da sua cabeça, mas você não tem coragem nem a ousadia de fazer isso acontecer, de romper os limites.
Todas as garotas da minha rua parecem estar deprimidas e sem muito à dizer nessa grande e avassaladora cidade.
Agora advinha?
Talvez seja a única coisa real, a única coisa que você ainda não conseguiu distorcer ou mentir sobre.
As pessoas querem tudo mas não pensam no seu custo.Eu espero que alguém lhe salve antes que você pegue um resfriado.Eu realmente espero, porque todas as garotas parecem deprimidas, e não é só esse resfriado que as deixa assim.Então, se aproxime e dê uma olhada a sua volta, se você puder.
A minha rua é o mundo, a minha rua entristece.

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